domingo, 22 de fevereiro de 2009

Todo corte de cabelo tem conserto

Uma cabeleireira que também é psicóloga ensina como vencer os traumas
Os poderes de uma tesoura são incalculáveis. Você entra no salão, entrega a cabeça nas mãos do cabeleireiro e espera sair dali esfuziante, minutos depois. O diabo é que a alteração de humor, que acontece mesmo, nem sempre é assim tão positiva. Às vezes, tudo o que você sonha é voltar no tempo e desfazer as picotadas. Demorei seis meses para deixar meu cabelo crescer, coisa que não fazia desde 12 anos , afirma a terapeuta Camila Naona, de 29 anos.
Há um mês, decidi ir ao salão para repicar as pontas e fazer uma franjinha. Mas a cabeleireira alucinou e me deixou com um cogumelo na
cabeça. Surtei! , afirma ainda com raiva. Ela chorou (de verdade, com lágrimas e soluços), reclamou, voltou ao salão... e acabou tendo de ser conformar com um corte joãzinho, única alternativa possível para amenizar o problema imediatamente. 
Se você já experimentou essa violência estética, no entanto, saiba que existem algumas soluções capazes de contornar os problemas mais comuns (como volume demais, franja muito curta ou repicados que lembram um passarinho arrepiado). Dona de um sofisticado instituto de beleza em São Paulo, a psicóloga Eliana Brunelli Yazbek sabe disso e faz de tudo para evitar colapsos nervosos entre suas clientes. Uma longa conversa, antes de qualquer procedimento, é essencial , afirma. Isso é importante para que a cliente se sinta mais segura e para que o profissional possa explicar se o corte é, realmente, indicado para o tipo de cabelo e de rosto que ela tem .
Mas quando o bate-papo não cumpre a função profilática e medidas de emergência são necessárias, as dicas da Eliana são uma boa pedida anti-traumas. Confira, guarde e torça para nunca precisar de nenhuma delas.

1. Depois que lavei a escova, meu repicado armou demais.
O problema é campeão absoluto de reclamações. Normalmente, o corte fica lindo com a ajuda do secador, mas basta uma borrifada de água para que tudo despenque. Uma maneira de evitar? Se o corte ficou bom com a escova, então o cabeleireiro poderia ter perguntado se você tem o hábito de fazer isso (sozinha ou mesmo no salão). Caso a resposta fosse positiva, não haveria crise. É obrigação do cabeleireiro falar sobre a manutenção do corte, explicando o que será necessário em cada caso , afirma Eliana. Bom, mas quando o estrago já foi feito, restam basicamente duas opções: a primeira delas é cortar mais, retirando o excesso de repicados. No caso dos cabelos mais crespos, algum tipo de relaxamento também pode aliviar o volume excessivo. Que ninguém fique bravo comigo, mas cabelo cresce. Então, uma solução fácil é simplesmente andar com ele preso por uns meses e esperar , diz. 

2. Minha franja não cobre nem metade da testa, de tão curta. Fiquei com cara de idiota!
A maioria dos profissionais prefere cortar os fios ainda molhados. Isso evita que as pontas fiquem desalinhadas e facilita a divisão por igual. O problema? Sim, você adivinhou: quando seca, encolhe. No comprimento, essa diferença não costuma dar muita zebra. Mas na franja a coisa complica. Para evitar a raiva, a dica é cortar a franja com dois ou três dedos de sobra do tamanho que você imagina (quanto mais cacheado o cabelo, maior tem de ser a sobra). Na hora de conviver com o mal, entretanto, o jeito é explorar a criatividade. Use a franja para o lado e prenda com umas fivelinhas; ponha umas tiaras ou uma faixa de tecido com as pontas longas, caídas nas costas , sugere Eliana. Ela ainda propõe um topete armado com gel ou pomada para quem tiver tendências mais ousadas.
3. Os desfiados diminuíram o volume, e meu cabelo ficou sem graça.
Quem tem fios muito finos e lisos sofre com o problema.
Às vezes, os desfiados que deveriam dar mais movimento acabam encolhendo o visual. Para não ficar dependente de mousses ou pomadas, uma alternativa é submeter os fios a alguma tintura. Colorações e mechas engrossam o cabelo, dando mais
charme e, ao mesmo tempo, um pouco de volume , ensina Eliana.

4. O cabelo ficou curto demais para prender, mas com muito volume.
 
Um relaxamento é a melhor opção. O único problema é que os fios muito curtos começam a dar diferença logo, exigindo retoques freqüentes na raiz (a não ser que a sua seja lisa). Caso não queira fazer nenhum tratamento de base química, o jeito é se virar com acessórios enquanto os fios não crescem. Troque o elástico pelas presilhas e pelos grampos para controlar as tendências esvoaçantes do cabelo.

5. Os fios próximos ao rosto foram desfiados e ficaram lindos, mas estão quebrando muito.

Para garantir que seu cabelo vai crescer sem quebrar, a solução é hidratar e reconstruir semanalmente. Você pode fazer isso no salão, nas primeiras vezes, e pedir ao cabeleireiro indicações de produtos para usar em casa. Fazer um novo corte dali a dois meses também é essencial para tirar as pontas desfiadas. Mas fique atenta: não deixe o profissional desfiar os fios nessa ocasião , alerta a proprietária do Brunelli Yasbek Instituto de Beleza.

6.Experimentei fazer luzes, mas elas ficaram muito claras. 
A primeira atitude é analisar se houve excesso de mechas descoloridas ou se os fios clareados ficaram tempo demais sob ação química. O primeiro caso é bem mais simples de resolver: basta separar algumas mechas e tingi-las com um tom um pouco mais escuro, formando um degradê. Se o que te incomoda, no entanto, é uma loirice muito forte, peça ao cabeleireiro que faça um reflexo contrário. Ele vai escurecer os fios com um tonalizante, produto sem amônia e que, portanto, pode ser usado no mesmo dia em que você fez o tratamento.

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